A tireoide está localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo do “pomo de Adão”. É a glândula responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), e está sob o comando do TSH (hormônio estimulante da tireoide).
Os problemas de tireoide têm se tornado cada vez mais frequentes. A AACE (Associação Americana de Endocrinologistas) estima que 1 em cada 5 americanos tenha um problema de tireoide, e muitos não sabem de sua condição.
Os principais problemas que afetam a glândula tireoide são as disfunções hormonais e os nódulos. Saiba um pouco mais sobre cada um deles:
Hipotireoidismo
Quando os hormônios da tireoide são produzidos em quantidade insuficiente surge o hipotireoidismo, marcado por sintomas como cansaço, queda de cabelos, pele seca, obstipação intestinal, alterações do humor e do sono, ganho de peso ou dificuldade de emagrecer, e redução da capacidade de concentração e memória. Também pode interferir no ciclo menstrual e na fertilidade. Essas mudanças costumam ocorrer gradualmente e podem passar despercebidas.
Cerca de 20 a 30% dos pacientes com hipotireoidismo não percebem qualquer sintoma!
É preciso monitorar mais de perto os grupos mais susceptíveis ao seu desenvolvimento, como: mulheres em idade fértil e aquelas com mais de 50 anos de idade, além daqueles que tem um parente próximo com problemas de tireoide. Também merecem observação pacientes que foram submetidos à cirurgia de tireoide ou receberam irradiação no pescoço ou tórax, ou que já foram submetidos a algum tratamento para hipertireoidismo no passado, seja com medicações ou iodo radiativo.
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo se deve ao aumento dos níveis dos hormônios tireoidianos, e cursa com sintomas como agitação, perda de peso (apesar de aumento no apetite), fraqueza, sensação de calor excessivo, palpitações, tremores, queda de cabelos, irritabilidade, insônia e alterações menstruais. Pode ainda ser causa de osteoporose e arritmias cardíacas.
Disfunções hormonais da tireoide – por que acontecem?
Apesar de haver outras causas, tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo costumam estar associados a processos autoimunes. O sistema imunológico passa a tratar a tireoide como um invasor, levando à formação de anticorpos que interferem na função e na estrutura glandular.
Saiba como proceder ao observar sintomas suspeitos
Sempre que houver suspeita clínica de descontrole hormonal o diagnóstico deverá ser confirmado através de avaliação clínica e exames específicos, pois sintomas semelhantes podem ser observados em diversas situações clínicas. A endocrinologia é a especialidade responsável pelo estudo da tireoide e seus problemas.
Nódulos de tireoide
Os nódulos tireoidianos são muito frequentes e podem ser encontrados durante a palpação da glândula, mas é a ecografia de tireoide que identifica alterações com maior precisão. A incidência dos nódulos aumenta com a idade, atingindo cerca de 50% das mulheres aos 50 anos.
Um nódulo de tireoide pode abrigar um câncer em cerca de 5 a 10% dos casos. A incidência do câncer de tireoide vem aumentando progressivamente nas últimas décadas. Felizmente os tumores de tireoide não costumam ser agressivos e respondem bem ao tratamento adequado, sem afetar a sobrevida da maioria dos pacientes.
Faça o autoexame da tireoide!
Fique em frente a um espelho procurando em seu pescoço a região abaixo do “pomo de Adão”. Sua tireoide está localizada nessa área.
- Estenda a cabeça levemente para trás para facilitar a visualização.
- Beba um gole d’água.
- Ao engolir, a tireoide desliza para cima e para baixo. Observe em seu pescoço se existe alguma saliência ou elevação localizada. Repita esse teste várias vezes, se necessário, enquanto houver alguma dúvida.
- Observe se existe algum nódulo ou saliência. Ao notar alguma alteração, procure um endocrinologista para obter orientações.
Procure entender os sinais que seu organismo pode dar quando a tireoide não está funcionando de forma equilibrada. Com isso é possível buscar um diagnóstico preciso, possibilitando um tratamento capaz de devolver o ritmo normal à sua vida.
Autora: Daniele C. Tokars Zaninelli, endocrinologista em Curitiba.
Fonte: Gazeta do Povo
Publicado em 31/01/2018.