Entrevista Jornal Gazeta do Povo – Caderno Viver Bem
A enfermidade não tem cura, mas há tratamento e controle. Saiba quais são os grupos de risco e diferencie os tipos da patologia.
Uma doença silenciosa, sem sintomas marcantes em quadros leves, que de tão comum não é muito temida. A diabete pode trazer complicações à vida do indivíduo, e em casos mais graves, levar à morte.
Grupos de risco
Têm mais chances de desenvolver diabetes idosos; pessoas com mais de 40 anos, colesterol alto ou parentes de primeiro grau diabéticos; hipertensos; pacientes com sobrepeso ou obesidade; sedentários; mulheres com ovários policísticos, que tiveram diabetes gestacional ou bebês com mais de 4 quilos. A indicação para pessoas do grupo de risco é fazer exames regulares, ao menos uma vez por ano.
Fonte: Daniele Tokars Zaninelli, endocrinologista.
Para alertar a população quanto à prevenção e tratamento da patologia, 14 de novembro (sexta-feira) foi escolhido como o Dia Mundial da Diabete.
De acordo com o diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, Mauro Scharf, a diabete é hoje considerado um sério e crescente problema de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento, devido ao aumento de sua prevalência, morbidez e mortalidade.
Tipos da doença
A diabete tipo 1 é conhecida como a diabete das crianças, mas pode acontecer em qualquer idade, afirma a médica endocrinologista Daniele Tokars Zaninelli.
A doença ocorre quando anticorpos produzidos pelo organismo atacam o pâncreas e impossibilitam a produção de insulina, hormônio responsável pela diminuição dos níveis de glicose no sangue.
“O papel da insulina é abrir as portas das células para a entrada da glicose, que dá energia ao corpo”, explica a endocrinologista. Quem tem diabete tipo 1 depende da aplicação diária do hormônio.
Já a diabete tipo 2 ocorre mais em adultos e tem o sedentarismo e a obesidade como gatilhos principais, além da predisposição genética. “O pâncreas é capaz de produzir a insulina, mas ela não consegue exercer o efeito nas células, tem sua ação prejudicada”, diz a especialista. É a obesidade que cria essa resistência ao hormônio.
Em quadros iniciais, o paciente trata a doença com medicamentos orais e injetáveis. Em fasesavançadas, o diabético do tipo 2 pode deixar de produzir a insulina e passa a ter de aplicá-la.De acordo com Scharf, a maioria das pessoas apresenta o tipo 2 da doença e está na faixa etária de 45 a 64 anos. “Portanto, em fase de grande participação no mercado de trabalho, fazendo com que o tratamento acarrete em elevado custo direto e indireto social, humano e econômico”, afirma o médico.
Em Curitiba, mais de 52 mil pessoas são diabéticas e recebem acompanhamento do município, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2030, um terço da população esteja com diabete não-dependente de insulina. Atualmente, mais de 12 milhões de brasileiros possuem a doença.
“Uma perda de 5% a 10% do peso já previne o desenvolvimento da diabete e melhora o controle da doença”, enfatiza Daniele. A médica recomenda 150 minutos de exercícios físicos moderados por semana para evitar a patologia.
Fonte: Gazeta do Povo
11/11/2014 | 15:13 | LUISA NUCADA, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO