A interposição ileal consiste numa técnica cirúrgica onde a parte final do intestino delgado (íleo) é reposicionada entre o duodeno e o jejuno (início do intestino delgado). Associado a isso é realizada a gastrectomia vertical, procedimento em que parte do estômago é retirada.Isso altera o padrão de liberação de hormônios relacionados à saciedade e ao controle dos níveis glicêmicos, o que costuma levar à perda de peso e à melhora do controle do diabetes.

A interposição ileal consiste numa técnica cirúrgica onde a parte final do intestino delgado (íleo) é reposicionada entre o duodeno e o jejuno (início do intestino delgado). Associado a isso é realizada a gastrectomia vertical, procedimento em que parte do estômago é retirada.Isso altera o padrão de liberação de hormônios relacionados à saciedade e ao controle dos níveis glicêmicos, o que costuma levar à perda de peso e à melhora do controle do diabetes.

As técnicas convencionais de cirurgia bariátrica podem ser indicadas em pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 40, ou acima de 35Kg/m 2  na presença de comorbidades como o diabetes e hipertensão arterial, entre outros. Alguns pacientes com IMC entre 30 e 35Kg/m 2  parecem se beneficiar do tratamento cirúrgico em casos específicos em que o tratamento clínico é ineficaz e o paciente apresenta outros fatores de risco cardiovascular. A cirurgia nunca deve ser indicada para pacientes com IMC abaixo de 30Kg/m 2 , independente da técnica proposta.

Não podemos estender essas indicações à interposição ileal, já que esta técnica ainda está em fase de estudos, que deverão avaliar sua eficácia e segurança no tratamento desses pacientes a longo prazo.

Ela ainda não é aprovada Conselho Federal de Medicina. Por quê? Mesmo não sendo aprovada, ela pode ser realizada pelos médicos?

Essa técnica ainda não foi aprovada pelo CFM, pois os estudos ainda não trouxeram resultados definitivos quanto à sua eficácia a longo-prazo, segurança e aplicabilidade.
 
Pode ser realizada por equipes médicas que trabalhem em centros de pesquisa, seguindo critérios específicos, pois ainda é considerada experimental.  

A que riscos esse procedimento expõe os pacientes diabéticos?

Esse procedimento apresenta um grau maior de dificuldades técnicas, o que pode se associar a um aumento no risco de complicações cirúrgicas. Mesmo as técnicas cirúrgicas já reconhecidas pelo CFM e aceitas para o tratamento de obesos com diabetes expõe os pacientes a deficiências nutricionais, exigindo tratamento por tempo indefinido, e à perda de massa óssea. Apesar de se observar melhora do controle do diabetes em muitos casos, a doença pode voltar a se manifestar ao longo do tempo. Também pode haver reganho de peso.

Essas informações são importantes para deixar claro que antes de optar pelo tratamento cirúrgico, é preciso que todas as possibilidades de tratamento clínico sejam esgotadas.