1. O que é a tireoide e qual a sua função?

A tireóide é uma glândula e está localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão. Ela tem como função a produção dos hormônios tireoideanos (T3 e T4). Esses hormônios controlam o metabolismo corporal, e agem em praticamente todas as células do corpo.

2. O que é o hipotireoidismo?

O hipotireoidismo ocorre quando a produção dos hormônios tireoideanos passa a ser insuficiente. A causa mais comum de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune com predisposição genética.

3. Quais são seus sintomas?

O hipotireoidismo afeta mais as mulheres, em especial após os 30 anos de idade. Quando o diagnóstico de hipotireoidismo é feito, apenas 30% dos pacientes apresentam os sintomas clássicos da doença, como pele seca, obstipação, lentidão de pensamento, intolerância ao frio, bradicardia ou rouquidão. Os sintomas do hipotireoidismo costumam iniciar de forma progressiva, e muitas vezes são atribuídos a situações como estresse, cansaço, ou mesmo ao envelhecimento. Os sintomas mais comuns são fadiga, indisposição, depressão, unhas e cabelos fracos, pele seca, alterações do sono, pequeno aumento de peso, obstipação, alterações mentruais, entre outros. Em crianças e adolescentes pode manifestar-se por alterações do crescimento e da puberdade.

4. Como o hipotireoidismo afeta a qualidade de vida?

Quando não tratado adequadamente o hipotireoidismo pode afetar a qualidade de vida, pois sintomas como cansaço, indisposição e perda de memória geralmente afetam a capacidade do indivíduo em realizar suas tarefas habituais, reduzindo o desempenho no trabalho e até mesmo a capacidade física. Também podem ocorrer alterações no humor, na libido e até mesmo na fertilidade.

5. Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do hipotireoidismo baseia-se na dosagem sérica do TSH (hormônio estimulador da tireóide), complementado pela avaliação dos níveis de T3 e T4. Pode ser feita a pesquisa dos anticorpos antitireoideanos, que estarão presentes na grande maioria dos casos.

Segundo a Associação Americana de Tireóide (ATA) a pesquisa do hipotireoidismo através de exames de sangue deve ser feita rotineiramente em adultos acima dos 35 anos, e repetida a cada cinco anos, ou num intervalo menor se houverem sintomas.

6. Existe cura? Como é feito o controle?

Em um pequeno número de casos pode haver melhora espontânea do hipotireoidismo, o que será observado pelo endocrinologista durante o acompanhamento. Em geral devemos considerar que o hipotireoidismo não tem cura. Apesar disso, costuma ser facilmente controlado com o uso adequado da levotiroxina, hormônio sintético idêntico ao natural. O tratamento deve ser contínuo, pois uma vez interrompido os sintomas voltam a aparecer.

Apesar de existirem diversas “marcas” de levotiroxina disponíveis no mercado, é importante que, uma vez realizada a troca de uma marca pela outra, o paciente seja submetido a exames de controle (TSH, T4 livre) em seis a oito semanas, pois pode haver diferença no efeito dessas medicações. O controle do hipotireoidismo tem como objetivo a normalização dos níveis dos hormônios tireoideanos. O endocrinologista irá solicitar exames de sangue periódicos para adequar as doses da medicação.

7. É possível voltar a ter uma vida normal?

Sim. Com o tratamento adequado o paciente com hipotireoidismo volta a ter uma vida normal.