1 – Quais são as diferenças fundamentais, além do IMC, entre as obesidades de grau 1, grau 2 e grau 3?

O que define a obesidade em graus 1, 2 ou 3 é exatamente o IMC. O interessante é saber que os pontos de corte do IMC são definidos com base em estudos que mostram que o risco de comorbidades, ou seja, de complicações da obesidade, aumenta com o aumento dos índices. Isso quer dizer que quanto mais alto o IMC, maiores os riscos à saúde.
Classificar a obesidade de acordo com o IMC também é útil para o estabelecimento de protocolos de tratamento. A indicação do uso de medicamentos para perda de peso, assim como a indicação de cirurgia bariátrica, são feitos com base no IMC, além de levar em conta outros parâmetros clínicos.

2 – Que perigos principais um quadro de obesidade oferece? 

A obesidade pode causar, agravar ou acelerar o desenvolvimento de inúmeras complicações à saúde. Essas complicações podem ser classificadas em metabólicas, estruturais, inflamatórias, degenerativas, neoplásicas e psicológicas. Portanto a obesidade pode comprometer tanto a qualidade como a expectativa de vida.

3 – Para quais pacientes a cirurgia bariátrica é recomendada? Por que?

A cirurgia bariátrica pode ser recomendada, de acordo com avaliação clínica e preferências do paciente, para pessoas com IMC igual ou maior a 40kg/m2, ou para aqueles com IMC acima de 35Kg/m2 associado a comorbidades. As diretrizes são definidas com base na relação risco x benefício do tratamento cirúrgico. É importante lembrar sobre a importância do acompamhamento multidisciplinar antes e depois do procedimento, por tempo indefinido, visando a prevenção de deficiências nutricionais, osteoporose, rebanho de peso e outras possíveis condições decorrentes do procedimento em longo prazo.

 

Autora: Daniele C. Tokars Zaninelli, endocrinologista em Curitiba.