A pele pode refletir alterações do metabolismo, portanto devemos ficar atentos a seus sinais.

Cerca de 80% dos pacientes com diabetes apresentam alterações cutâneas. As mais comuns são as infecções, a xerose (pele seca) e as doenças inflamatórias da pele.

Essas e outras manifestações podem aparecer ainda na fase de pré-diabetes, como o primeiro sinal clínico da doença, ou se desenvolver a qualquer momento durante a sua evolução.

Pacientes com controle inadequado do diabetes estão mais propensos a desenvolver problemas de pele.

As imagens abaixo ilustram 2 lesões bastante comuns nos portadores de diabetes. São elas:

1) Acrocordons: 

São pequenas elevações pediculadas da pele, geralmente da mesma cor ou acastanhadas, assintomáticas, que surgem especialmente no pescoço, pálpebras, axilas e virilha.

Costumam ser múltiplos, e acometem cerca de 45% da população adulta.

São mais comuns em portadores de obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e resistência à insulina – situação frequente no pré-diabetes e no diabetes.

Sua presença deve levantar a suspeita de distúrbios metabólicos, levando ao diagnóstico das condições possivelmenmte associadas.

O controle metabólico reduz o aparecimento de novas lesões, e a retirada das lesões pode ser feita no consultório do dermatologista.

 

2) Acantose Nigricans:

A acantose nigricans aparece como um leve escurecimento da pele, que vai se tornando espessa e mais escura, assumindo aspecto verrucoso e aveludado. Evolui lenta e gradualmente durante anos, e pode ser acompanhada de prurido.

As dobras e pregas cutâneas (axilas, pescoço e virilha) são os locais mais afetados. Pode ainda atingir pés, mãos e lábios.

A acantose nigricans está presente em até 74% dos adultos obesos e pode indicar a presença de hiperinsulinemia.

Pode afetar pessoas saudáveis ou se associar a condições como pré-diabetes, diabetes, obesidade, doenças ovarianas (Síndrome dos ovários policísticos), distúrbios metabólicos, doenças da tireoide e câncer do aparelho digestivo.

A acantose também foi descrita em outros distúrbios endócrinos como síndrome de Cushing (excesso de cortisol), e acromegalia (excesso de hormônio de crescimento – GH). Pode ainda estar associada ao uso de certos medicamentos.

Quando a lesão está presente devemos buscar sua origem, já que a acantose nigricans costuma regredir com o tratamento do distúrbio subjacente.

A perda de peso e a prática regular de exercícios físicos são estratégias importantes para o seu controle.

Fique de olho e perceba os sinais enviados por sua pele! Alterações podem indicar que sua saúde está em risco.

 

Adaptado de: Medscape & site da Soc. Bras. de Dermatologia.
Imagem: Medscape