A obesidade é uma doença crônica heterogênea que envolve acúmulo de gordura corporal, e está associada à resistência à insulina, alterações no metabolismo lipídico e à síndrome metabólica, principalmente quando o excesso de tecido adiposo está localizado intra-abdominal ou na parte superior do tórax. Quanto maior o aumento do IMC, maiores são as anormalidades nos níveis lipídico.
A dislipidemia na obesidade é caracterizada por triglicerídeos plasmáticos elevados, HDL baixo, e altas concentrações plasmáticas de lipoproteínas contendo apolipoproteína (apo) B.
Uma série de disfunções contribuem para a dislipidemia observada em pacientes com obesidade. Elas são impulsionadas pela combinação da maior entrega de ácidos graxos livres ao fígado a partir do aumento da adiposidade total e visceral, resistência à insulina e um estado pró-inflamatório, induzido por macrófagos que infiltram o tecido adiposo. Em resumo, essas anormalidades são decorrentes de um efeito metabólico global do excesso de gordura visceral e resistência à insulina.
Pacientes obesos apresentam risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares , portanto, o manejo de sua dislipidemia merece atenção especial.
Autora: Daniele C. Tokars Zaninelli, endocrinologista em Curitiba.