Possivelmente! Mas é importante lembrar que, assim como ocorre com outros nutrientes, cada pessoa responde de maneira diferente. Entenda:

1 –  Como a cafeína afeta o açúcar no sangue?

A cafeína é um estimulante que tem efeitos específicos no corpo, e estimula a liberação de adrenalina e cortisol.

A adrenalina pode causar um aumento temporário nos níveis de açúcar no sangue, promovendo a quebra do glicogênio (glicose armazenada) no fígado e nos músculos. Da mesma forma, níveis elevados de cortisol podem levar à resistência à insulina ao longo do tempo, aumentando potencialmente os níveis de açúcar no sangue a longo prazo.

No entanto, alguns estudos sugerem que a cafeína pode melhorar a sensibilidade à insulina.

Então, embora a cafeína aumente os níveis de açúcar no sangue em alguns casos, ela também tem o potencial de melhorar a sensibilidade à insulina a longo prazo.

Mas, afinal, a cafeína é saudável para pessoas com diabetes?

A Food and Drug Administration (FDA) propõe um limite diário de 400 mg de cafeína para “adultos saudáveis” – cerca de 4-5 xícaras de café.

Para aqueles com certas condições de saúde como diabetes, entretanto, as diretrizes do FDA não são claras. Como o diabetes afeta as pessoas de maneira diferente, algumas podem consumir cafeína com segurança, enquanto outras podem encontrar numa bebida descafeinada a melhor escolha.

Recomenda-se que cada indivíduo monitore como a cafeína afeta os seus níveis de açúcar no sangue, lembrando que diferentes tipos de bebidas e alimentos com cafeína têm níveis drasticamente diferentes deste componente.

Para saber como seu metabolismo se comporta, você pode consumir uma quantidade controlada de café, monitorar os níveis de açúcar no sangue antes e depois, e observar quaisquer picos. Você pode precisar de um bolus de insulina com antecedência, mesmo que não esteja adicionando açúcar ou creme ao café.

Outras opções:

Chá verde: pode ser uma boa opção para pessoas com diabetes que desejam consumir cafeína, mas têm medo de beber café. O chá verde tem menos cafeína por xícara do que o café, portanto, se os seus níveis de glicose aumentarem depois de beber café, pode valer a pena experimentar o chá verde (3-4 xícaras sem açúcar por dia).

. Chá de camomila: além de ser descafeinado, pode ter efeitos benéficos na resistência à insulina e nos marcadores inflamatórios em pessoas com diabetes tipo 2.

Refrigerantes dietéticos: uma Diet Coke padrão contém 46 mg de cafeína. Um café do mesmo tamanho tem mais de três vezes essa quantidade. Moderação é fundamental, já que foi demonstrado que os adoçantes artificiais em certas bebidas dietéticas aumentam os riscos de outras condições médicas, como doenças cardíacas.

Bebidas energéticas: costumam ser ricas em cafeína e açúcar, o que as torna menos adequadas para indivíduos com diabetes.
Mesmo as bebidas energéticas sem açúcar podem fazer mais mal do que bem.

Pesquisadores concluíram que estas bebidas podem induzir resistência insulínica e síndrome metabólica.

 

 

Autora: Daniele C. Tokars Zaninelli, endocrinologista em Curitiba.