Queremos viver mais e melhor, mas as exigências do dia a dia são tantas que acabamos sendo levados pelo impulso e nem sempre temos consciência de que são os pequenos atos da nossa rotina que vão definir a forma como vamos envelhecer.
Não podemos deixar para pensar na saúde quando já a tivermos perdido. A prevenção de doenças exige conscientização, planejamento e dedicação. Dá trabalho, mas é o caminho que traz os melhores resultados.
São as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que levarão cerca de 70% dos brasileiros à morte. Entre elas estão o diabetes, as doenças cardiovasculares, o câncer e as doenças respiratórias crônicas (dados do Ministério da Saúde).
Sabemos que a maioria das doenças tem origem multifatorial, ou seja, dependem da interação entre predisposição genética, hábitos de vida e fatores do ambiente. Não temos controle sobre tudo, mas algumas atitudes simples podem mudar o nosso destino.
A figura abaixo demonstra claramente que essas doenças compartilham dos mesmos fatores de risco, deixando explícitas as vantagens de abandonar os maus, e adquirir alguns bons hábitos!
Mais do que diminuir nosso tempo de vida, essas doenças podem trazer complicações vasculares, neurológicas, osteomusculares, entre outras, afetando de forma importante o nosso dia a dia.
A prevenção dessas doenças é possível através do controle do fumo e do consumo de álcool, da prática regular de exercícios, e da manutenção de um peso saudável associado a uma alimentação rica em nutrientes.
Apesar de parecer tão simples, qualquer mudança é desconfortável e estressante. Os padrões de comportamento das pessoas no dia a dia estão firmemente estabelecidos, o que os torna difíceis de mudar. O objetivo é o encontro do equilíbrio, tarefa árdua nos dias de hoje.
Muitos pacientes têm problemas de saúde que requerem múltiplas intervenções, incluindo mudanças na dieta, no nível de atividade física, no hábito do tabagismo e/ou consumo de bebidas alcoólicas , além do uso de medicações. A mudança verdadeira leva tempo e ocorre gradualmente.
O papel do endocrinologista nesse processo é definir prioridades e estabelecer metas realistas ao longo do tempo, ajudando o paciente a identificar e focar nas razões pelas quais ele quer estar no controle de sua saúde.
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Especialista em Endocrinologia e Metabologia e mestre pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atua na área há mais de 20 anos. É membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), e da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO). Faz parte da diretoria da SBEM-PR.