1. Diabetes Mellitus tipo 1
Corresponde de 5% a 10% dos casos. É mais frequente em crianças e adultos jovens, mas pode ocorrer em qualquer idade. Em geral está associado a um processo autoimune onde anticorpos, que são formados pelo próprio organismo, levam à destruição das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Os anticorpos podem ser detectados em cerca de 85% a 90% dos casos de diabetes tipo 1 no momento do diagnóstico. São eles: ICA, IAAs, GAD e IA-2.
Parece existir uma associação de fatores para o seu desenvolvimento, como susceptibilidade genética, fatores ambientais (infecções virais), dieta rica em gordura e carboidratos, e deficiência de vitamina D.
Em geral o diabetes tipo 1 é desencadeado de forma repentina e dramática, e costuma ser acompanhado de sintomas como sede excessiva e muita vontade de urinar, perda rápida de peso, fome exagerada, cansaço inexplicável, visão embaçada, falta de interesse e de concentração, vômitos e dores abdominais. O tratamento deve ser instituído imediatamente evitando-se uma evolução mais grave que ocorre nos casos em que há demora para o diagnóstico, a cetoacidose diabética, que pode levar ao coma.
2. Diabetes Mellitus tipo 2
Representa 90 a 95% dos casos. Pode ocorrer em qualquer idade, mas em geral se manifesta após os 40-50 anos. Tem havido um aumento do número de casos entre crianças e adultos jovens, o que está associado ao maior consumo de gorduras e carboidratos, além da inatividade física.
O diabetes tipo 2 está associado a defeitos na ação e/ou na secreção da insulina pelo pâncreas. A maioria dos pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade, o que está associado à resistência à insulina – esses pacientes mantém a secreção de insulina pelo pâncreas, que pode estar até aumentada, porém a ação da insulina está prejudicada.
Em geral os sintomas são tardios e estão associados ao descontrole da doença, podendo levar anos para aparecer. Casos que não são reconhecidos e tratados podem evoluir para desidratação e coma.
3. Outros tipos específicos de diabetes
São mais raros. O diabetes pode estar associado ao uso de alguns medicamentos, a doenças do pâncreas (pancreatite, hemocromatose), infecções, síndromes genéticas e distúrbios hormonais (hipertireoidismo, acromegalia, síndrome de Cushing). Podem ocorrer ainda defeitos genéticos da função da célula beta (MODY 1, 2 e 3) e defeitos genéticos na ação da insulina.
4. Diabetes Gestacional
Trata-se dos casos em que a alteração glicêmica (mesmo que discreta) é identificada durante a gestação. Ocorre em até 14% das gestações e pode estar associada ao aumento da morbidade e mortalidade perinatais. As mulheres que foram diagnosticadas com diabetes gestacional devem ser reavaliadas quatro a seis semanas após o parto.
Na maioria dos casos há normalização da glicemia após a gravidez, porém essas mulheres tem um risco aumentado de desenvolver diabetes ao longo da vida, sendo necessária uma reavaliação anual.
Em geral o diagnóstico é feito através da curva glicêmica, que faz parte dos exames de pré-natal realizados no terceiro trimestre da gestação. Pacientes consideradas de maior risco para desenvolver o diabetes não devem esperar até o terceiro trimestre para realizar esta investigação. São elas: gestantes que já tiveram diabetes gestacional prévio, além de perdas fetais, má formação fetal, hipertensão arterial, obesidade ou história familiar de diabetes.