A síndrome dos ovários policísticos (SOP) afeta cerca de 20% das mulheres em idade fértil. É o resultado da interação entre uma anormalidade primária na síntese de andrógenos (hormônios masculinos) com outros fatores, como adiposidade abdominal (alvos vermelhos e brancos da imagem em anexo), obesidade e resistência à insulina.
Costuma se apresentar com uma combinação variável de sinais e sintomas como irregularidade menstrual, hirsutismo (aumento de pêlos), queda de cabelos e acne.
Exames laboratoriais podem revelar aumento dos níveis sanguíneos dos andrógenos, além de outros distúrbios metabólicos. A ecografia pélvica pode evidenciar múltiplos cistos nos ovários.
A causa desta síndrome permanece em grande parte desconhecida, mas envolve a associação de fatores genéticos, ambientais, e de estilo de vida.
O tratamento visa o controle do hiperandrogenismo, das consequências da disfunção ovariana e/ou dos distúrbios metabólicos associados. Deve ser realizado a longo-prazo e adaptado de forma dinâmica de acordo com mudanças das circunstâncias e fases da vida de cada mulher. Devem ser respeitadas as necessidades pessoais e expectativas de cada paciente.
Na presença de sintomas procure seu endocrinologista. Uma avaliação personalizada é essencial para se obter bons resultados.
Fonte: Polycystic ovary syndrome: definition, aetiology, diagnosis and treatment. NATURE REVIEWS | ENDOCRINOLOGY. 2018.
Escrito por
Especialista em Endocrinologia e Metabologia e mestre pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atua na área há mais de 20 anos. É membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), e da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO). Faz parte da diretoria da SBEM-PR.