{"id":2673,"date":"2022-06-19T15:16:37","date_gmt":"2022-06-19T18:16:37","guid":{"rendered":"http:\/\/endocrinologiacuritiba.com.br\/?p=2673"},"modified":"2022-08-26T15:17:00","modified_gmt":"2022-08-26T18:17:00","slug":"dietas-com-baixo-teor-de-carboidrato-para-controle-do-diabetes-funcionam","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/endocrinologiacuritiba.com.br\/blog\/portal-pebmed\/dietas-com-baixo-teor-de-carboidrato-para-controle-do-diabetes-funcionam\/","title":{"rendered":"Dietas com baixo teor de carboidrato para controle do diabetes funcionam?"},"content":{"rendered":"
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Embora o monitoramento da ingest\u00e3o de carboidratos e a an\u00e1lise da resposta da glicemia ao carboidrato na dieta sejam fundamentais para melhorar o controle glic\u00eamico p\u00f3s-prandial, estudos que examinam a quantidade ideal de ingest\u00e3o de carboidratos para pessoas com diabetes ainda n\u00e3o conseguiram responder a esta quest\u00e3o.<\/p>\n
Apesar disso, a Associa\u00e7\u00e3o Americana de Diabetes (ADA) reconhece a dieta com baixo teor de carboidratos como uma estrat\u00e9gia a ser considerada no tratamento de pacientes com DM2, por\u00e9m n\u00e3o especifica qual deve ser a quantidade de calorias provenientes de carboidratos. A recomenda\u00e7\u00e3o quanto \u00e0 import\u00e2ncia de individualizar o aconselhamento diet\u00e9tico com base nos objetivos metab\u00f3licos e nas prefer\u00eancias pessoais de cada paciente continua atual.<\/p>\n
As novas diretrizes da ADA fazem o alerta de que este plano diet\u00e9tico n\u00e3o deve ser recomendado para mulheres gr\u00e1vidas ou lactantes, pessoas com diagn\u00f3stico ou risco de transtornos alimentares ou pessoas com doen\u00e7a renal, e deve ser usado com precau\u00e7\u00e3o em pacientes que tomam inibidores do cotransportador s\u00f3dio-glicose 2 (i-SGLT2 ) devido ao risco potencial de cetoacidose.<\/p>\n
A controv\u00e9rsia que envolve o tema pode ser explicada, em parte, pelos seguintes fatores:<\/strong><\/p>\n A\u00e7\u00e3o da dieta pobre em carboidratos no controle glic\u00eamico<\/strong><\/p>\n Revis\u00f5es sistem\u00e1ticas e meta-an\u00e1lises de ensaios randomizados controlados que compararam dietas pobres e ricas em carboidratos, publicados nos \u00faltimos dois anos, mostraram uma maior \u00a0efic\u00e1cia de curto prazo das dietas pobres em carboidratos na melhora da HbA1c (diferen\u00e7a m\u00e9dia \u20131,38% a \u20130,34%) em adultos com DM2 em compara\u00e7\u00e3o com as de alto teor de carboidratos. Restri\u00e7\u00f5es a menos de 26% das calorias provenientes dos carboidratos produziram as maiores melhorias na HbA1c.<\/p>\n Em contraste, dietas moderadamente restritas (26\u201345% da energia proveniente dos carboidratos) n\u00e3o mostraram vantagem adicional com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s dietas com alto teor de carboidratos. No entanto, n\u00e3o houve diferen\u00e7a significativa na melhoria da HbA1c entre dietas de baixo teor de carboidratos e dietas ricas em carboidratos ap\u00f3s 1 ano de seguimento.<\/p>\n Melhorias em curto prazo na HbA1c dos participantes submetidos a dietas com baixo teor de carboidratos podem ser decorrentes de maior perda de peso precoce (os participantes perderam at\u00e9 2,5 kg a mais do que aqueles em dietas ricas em carboidratos nos primeiros 3 meses). A reincid\u00eancia tamb\u00e9m pode ter contribu\u00eddo para a menor diferen\u00e7a, particularmente em estudos de longo prazo, com menor intensidade de interven\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Importante observar que esses achados n\u00e3o indicam inequivocamente a aus\u00eancia de um benef\u00edcio em longo prazo das dietas de baixo teor de carboidratos. Foi demonstrada uma menor necessidade de medicamentos para diabetes em participantes que consumiram a dieta com baixo teor de carboidratos, o que pode subestimar o efeito redutor da glicose deste tipo de interven\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Um estudo randomizado controlado de dois anos publicado em 2018 comparou os efeitos de uma dieta hipocal\u00f3rica com baixo teor de carboidratos (14% de energia de carboidratos) com uma dieta equilibrada rica em carboidratos (53% de energia de carboidratos) com \u00eanfase em alimentos integrais e com baixo \u00edndice glic\u00eamico no controle glic\u00eamico e fatores de risco cardiovascular em 115 adultos com obesidade e DM2.<\/p>\n Abaixo est\u00e3o listadas as diferen\u00e7as no desenho deste estudo com rela\u00e7\u00e3o aos anteriores:<\/strong><\/p>\n \nMelhora substancial e similar na perda de peso e HbA1c ocorreram em ambas as dietas, no entanto os participantes da dieta pobre em carboidratos tiveram maiores redu\u00e7\u00f5es na variabilidade glic\u00eamica e nos medicamentos para diabetes. Notavelmente, essas melhorias foram sustentadas ao longo do tempo, mesmo quando os participantes n\u00e3o estavam mais perdendo peso. Redu\u00e7\u00f5es nos medicamentos para diabetes tamb\u00e9m ocorreram na primeira semana da dieta, antes que perda de peso substancial ocorresse.<\/p>\n Implica\u00e7\u00f5es pr\u00e1ticas:<\/strong><\/p>\n Conhe\u00e7a algumas das recomenda\u00e7\u00f5es nutricionais atuais da ADA:<\/strong><\/p>\n Cada vez mais se fortalece o conceito de que t\u00e3o importante quanto a quantidade de carboidrato na dieta \u00e9 a qualidade do carboidrato consumido.<\/p>\n Refer\u00eancias:<\/strong><\/p>\n Artigo publicado no Portal PEBMED em 03 de Junho de 2019<\/p>\n Autora:\u00a0Daniele C. Tokars Zaninelli, endocrinologista em Curitiba.<\/p>\n<\/div><\/div><\/div><\/div><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"","protected":false},"author":2,"featured_media":2069,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_joinchat":[]},"categories":[27],"tags":[],"yoast_head":"\n\n
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\npesar de haver haver defini\u00e7\u00e3o de uma dieta que sirva para todos os pacientes, a evid\u00eancia dispon\u00edvel sugere uma potencial utilidade cl\u00ednica das dietas pobres em carboidratos no arsenal de estrat\u00e9gias para o controle do DM2, por\u00e9m ainda h\u00e1 escassez de evid\u00eancias de ensaios rigorosos.<\/li>\n<\/ul>\n\n
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