São substâncias que contém a mesma estrutura química e molecular encontrada nos hormônios produzidos pelo corpo humano.

 

Por Drª Daniele C. Tokars Zaninelli*

Os tratamentos de reposição hormonal indicados pelos endocrinologistas são feitos com o uso de hormônios bioidênticos há décadas, através de medicações como a tiroxina usada para o tratamento do hipotireoidismo, o
estradiol e a progesterona indicadas na menopausa, a testosterona utilizada no hipogonadismo masculino, o hormônio de crescimento para crianças e adultos com deficiência comprovada, entre outros.

Devemos estar atentos por que recentemente este termo vem sendo utilizado com objetivos meramente comerciais, dando a impressão de que os “hormônios bioidênticos” seriam substâncias novas, e que as formulações manipuladas seriam mais naturais e mais “personalizadas” que as industrializadas, quando o que realmente acontece é que essas substâncias são produzidas de forma artesanal, sem o controle dos órgãos de vigilância sanitária. Além disso, não existem estudos demonstrando benefícios das medicações manipuladas sobre os medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica, que vem sendo utilizados regularmente pelos endocrinologistas, e que passaram por rígido controle de qualidade.

Antes de serem comercializadas, as substâncias produzidas pela indústria farmacêutica passam por estudos em laboratório primeiramente em animais, e só então passam a ser testadas em pessoas. Só depois disso recebem aprovação para comercialização.

A prescrição médica deve dar preferência a produtos produzidos com tecnologia de ponta e não artesanalmente, garantindo assim o seu grau de pureza, dosagem, estabilidade, absorção, eficácia e segurança.

*Daniele C. Tokars Zaninelli é médica e especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atua como endocrinologista em Curitiba.