Nessa semana a revista The Lancet trouxe à discussão o papel do controle dos níveis glicêmicos durante a gestação, especialmente em mulheres contaminadas pelo vírus da zika.

risco de microcefaliaNessa semana a revista The Lancet trouxe à discussão o papel do controle dos níveis glicêmicos durante a gestação, especialmente em mulheres contaminadas pelo vírus da zika.

E por que isso é importante?

No Brasil, cerca de 1 em cada 5 gestantes apresenta níveis elevados de açúcar no sangue. Quando esse fator está presente no início da gravidez, aumenta o risco do bebê desenvolver malformações congênitas, o que inclui a microcefalia.

Fica a pergunta:

As gestantes e seus bebês, que já são mais vulneráveis à infecção pelo vírus da zika, estariam correndo um maior risco de complicações quando apresentam aumento dos níveis glicêmicos?

Como existem evidências que sugerem um aumento no risco de microcefalia em gestantes infectadas por esse vírus, acredita-se que, na presença de hiperglicemia, haveria uma soma de fatores para o desenvolvimento de complicações materno-fetais.

Sabemos que o “ambiente hiperglicêmico” pode aumentar tanto a frequência como a gravidade de infecções em diabéticos, o que também vale para mulheres grávidas. Porém, algumas perguntas ainda precisam de respostas. Não sabemos se gestantes com hiperglicemia teriam um risco aumentado de infecção pelo vírus da zika, ou de complicações graves devido ao vírus.

Enquanto as pesquisas caminham em busca de respostas para essas questões, é importante fazermos o que está ao nosso alcance para evitar esse problema tão grave.

O objetivo aqui é alertar as futuras mamães, pois a prevenção do diabetes, o diagnóstico precoce e o controle adequado das glicemias são medidas importantes para minimizar a possibilidade de complicações durante a gravidez.

Quando o diagnóstico de diabetes é feito antes da gestação, deve-se aproveitar a oportunidade para planejar a chegada do bebê, o que permite um controle adequado das glicemias antes mesmo da concepção. Essa é a medida mais efetiva para prevenir os efeitos teratogênicos da hiperglicemia, e, quem sabe, de sua interação com a infecção pelo vírus da zica.