Como prevenir o Diabetes Mellitus?

Estima-se que cerca de 12.000.000 de brasileiros sejam diabéticos, e este número está aumentando principalmente nos mais jovens.  

O sedentarismo associado ao excesso de peso são os grandes responsáveis por isso.

Conhecendo-se as complicações que podem ser decorrentes do diabetes, devemos voltar todos os nossos esforços para evitar a instalação da doença.

Para a prevenção do diabetes tipo 2 nossa atenção deve ser voltada para uma alimentação mais saudável associada à prática regular de atividades físicas.

Os indivíduos com maior risco de desenvolver a doença, e que portanto devem ter mais cuidado, são aqueles com mais de 40 anos, excesso de peso, sedentarismo, antecedente de  diabetes na família, mulheres com história de diabetes gestacional ou com filhos nascidos com mais de 4 Kg, e pessoas com pré-diabetes (glicemia de jejum entre 100 e 125mg/dl).

A perda de 5% do peso corporal associada à prática de 150 minutos de exercícios por semana são suficientes para reduzir o risco de desenvolver diabetes em até 58% em quem é pré-diabético. Ou seja, a perda de 3 a 5Kg de peso muitas vezes já é suficiente para se evitar o início desta doença que pode trazer tantas complicações.

Em alguns casos o uso de uma medicação pode ser indicado pelo endocrinologista.

Quais são as causas do Diabetes?

Diabetes Mellitus tipo 1

Corresponde a 5 a 10% dos casos. Em geral é decorrente de um processo autoimune onde há destruição das células beta do pâncreas, que são as responsáveis pela produção da insulina. Existe ainda associação com herança genética de fatores que podem induzir ou até mesmo proteger o organismo do desenvolvimento desta doença.

Diabetes Mellitus tipo 2

O diabetes tipo 2 está associado a defeitos na ação ou na secreção da insulina pelo pâncreas. A maioria dos pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade. Pode ocorrer em qualquer idade, mas em geral se manifesta após os 40 anos. São muitos os mecanismos que podem levar ao aparecimento do diabetes. O
diabetes pode estar associado ao uso de alguns medicamentos, a doenças do pâncreas, infecções, síndromes genéticas e distúrbios hormonais.

Quais as suas complicações?

As principais complicações do diabetes podem ser divididas em dois grupos:

Microvasculares (que afetam pequenos vasos e capilares): nefropatia, retinopatia, e neuropatia diabéticas. As consequências podem se constituir em graus variáveis de disfunção renal, podendo chegar à necessidade de diálise em alguns casos. Perda visual pode ocorrer.  A neuropatia pode levar a sintomas como dor e formigamento nas mãos e pés, taquicardia, hipotensão postural, sintomas digestivos, entre outros. O pé diabético pode levar a ulcerações e até à necessidade de amputação parcial ou total de um membro. Monitoramento dessas complicações deve ser realizado periodicamente.

Estas complicações podem ser evitadas, ou pelo menos minimizadas, com um bom controle dos níveis glicêmicos.

Macrovasculares (que afetam as artérias mais calibrosas): são as doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio (IAM), o acidente vascular cerebral (AVC) e as gangrenas periféricas. Atitudes como deixar de fumar, alimentar-se de forma saudável e praticar exercícios físicos regularmente podem prevenir estas complicações.

É muito importante tratar os outros fatores de risco, como hipertensão arterial e alterações do colesterol, para a prevenção das complicações do diabetes.

Que cuidados devem ser tomados para minimizar os sintomas e evitar que a doença interfira nas atividades do dia-a-dia?

Um bom controle das glicemias é a chave para se evitar os sintomas da doença, que quando está mal controlada provoca diurese excessiva, levando à desidratação e sede, aumento do apetite associado a perda de peso, alterações visuais, fadiga, entre outros. Este tão desejado controle da doença muitas vezes só é obtido com a associação de vários medicamentos cujas ações no organismo se complementam. O uso da insulina se faz necessário em torno de 60% dos diabéticos em algum momento da evolução da doença. Recomenda-se o acompanhamento médico com o endocrinologista a cada 3 meses para avaliação dos sintomas e dos exames laboratoriais. Hoje se reconhece a importância de um bom controle desde o início da doença – é o conceito da “memória metabólica” evidenciando que o controle que se obtém desde o início do diabetes terá implicações em todo o curso da doença.

* Artigo publicado no Blog do Hospital Vita Curitiba