A prática regular de exercícios é benéfica para todos os indivíduos, com ou sem diabetes. Além de aumentar a expectativa de vida, retarda o envelhecimento e nos permite viver melhor.

Como o diabetes é uma doença crônica e progressiva – que comumente se associa a problemas como excesso de peso, hipertensão arterial, aumento dos níveis de colesterol, gordura no fígado, e até ao aumento no risco de fraturas ósseas – é frequente o uso concomitante de diversos medicamentos.

Pois bem, visto que os exercícios têm efeitos positivos em todas essas situações, por que não aproveitar seus benefícios para tentar reduzir o número de medicamentos necessários ao longo do dia, com o ganho adicional de bem estar e melhor qualidade de vida?

Mesmo as pessoas com complicações do diabetes podem se beneficiar dos exercícios. Para não correr riscos desnecessários, só é preciso prestar atenção a alguns detalhes.

Precauções gerais:

– Use calçados adequados.
– Beba líquidos antes, durante e após os exercícios para prevenir a desidratação.
– Mantenha carboidratos de absorção rápida à mão (comprimidos de glicose, suco, gel de carboidrato).
– Coma um lanche 15 a 30 minutos antes do exercício, e repita a cada 30 minutos durante exercícios mais prolongados ou intensos.
– Coma uma fonte de carboidratos de absorção lenta (frutas secas, barras de cereais, ou granola com leite ou iogurte) imediatamente após o exercício. Isto irá evitar a hipoglicemia nas próximas horas.
– Os exercícios aumentam a temperatura corporal. O organismo responde com o aumento do fluxo sanguíneo na pele e a sudorese, que ajuda a controlar o calor. Portadores de diabetes (tipo 1 ou tipo 2) com idade mais avançada, controle glicêmico ruim e neuropatia, podem apresentar falhas nesse mecanismo, aumentando o risco de complicações. Esses pacientes devem preferir locais climatizados para praticar seus exercícios.

Diabéticos que usam insulina devem ainda:

– Medir o açúcar no sangue antes, durante e após o exercício para saber como seu corpo responde.
Você sabia que episódios de hipoglicemia geralmente ocorrem 6 a 15 horas após a atividade física? E esse período pode se estender por até 48 horas!
Checar a glicemia durante a madrugada pode ajudar a detectar episódios assintomáticos de hipoglicemia.
– Ingesta adicional de carboidratos e/ou redução na dose de insulina geralmente são necessários para manter o controle glicêmico durante e após a atividade física, conforme orientação médica.
– Escolha um local para aplicação da insulina longe dos músculos que estiverem realizando o maior esforço (por exemplo, evite aplicar insulina nas pernas se for correr).
– Se a leitura de açúcar no sangue antes do exercício for de 250mg/dL ou mais, avalie as cetonas. Se o nível de cetonas estiver alto, não realize exercícios intensos até controle do quadro (glicemia <250mg/dl), devido ao risco de piora. Se as cetonas estiverem ausentes (ou presença de traços apenas) pode ser feita correção cuidadosa com insulina antes da atividade física, que inicialmente deve ser leve a moderada, até que ocorra melhora dos níveis glicêmicos.
– Incluir exercícios de resistência antes dos exercícios aeróbicos (na mesma sessão) pode ajudar a evitar episódios de hipoglicemia.

*Portadores de complicações crônicas da doença merecem cuidados especiais, e só devem realizar atividades físicas sob orientação especializada.

Se você ainda não incluiu exercícios na sua rotina, não espere mais!
Por mais que isso exija mudanças na rotina, sua saúde vai agradecer!